O louvor molda a Igreja Fiel, que é "um só corpo e um só Espírito" (Efésios 4:4), comparável a um "vaso sobre rodas" (Jeremias 18:3), um vaso de honra contendo ouro (o poder de Deus). Esse vaso é aperfeiçoado para a glorificação do Rei em sua beleza e na terra distante, a Eternidade (Isaías 33:17).
Além disso, o louvor tem o poder de nos elevar até Deus e de mover Seu coração, pois Seu "reino está entre nós" (Jó 5:24) e se estabelece no coração do homem, que é templo do Espírito. Assim como Davi, aquele que tem sede do Deus vivo (Salmo 42:2) experimenta o reinado de Deus no louvor, pois "grande é o Santo de Israel no meio de ti" (Isaías 12:6).
O louvor revelado traz conforto, cura a tristeza e é, ao mesmo tempo, cântico de vitória, o "cântico novo" (Salmo 40:3), o vinho do Espírito ou "vinho novo em odres novos". Este louvor é a glorificação da nova criatura ao Criador, resultante da libertação do cativeiro (Jó 42:10) e da restauração. "Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; alegria eterna estará sobre as suas cabeças" (Isaías 35:10).
Não podemos esquecer que o louvor é também expressão de gratidão, não apenas por estarmos vivos, mas porque o Senhor governa os vivos, aqueles que O servem, como proclamou Ezequias ao ser liberto: "Somente os vivos te louvam!"
No louvor, manifestamos a força inesgotável da fidelidade (Salmo 89:1-2) e a santificação pela presença do Espírito Santo, que purifica, renova e inunda com o sangue de Cristo o corpo e a vida da Igreja. Pela fé, já estamos na Jerusalém celestial, onde, com as estrelas da alva, nos regozijaremos e cantaremos (Jó 38:7).
Ao louvarmos e agradarmos a Deus, lembramos a maravilhosa experiência de Salomão (e esta Obra é de sabedoria!), que, na consagração do templo, com a Arca da Aliança, onde estavam as tábuas da lei que demarcavam o pacto com Israel, quando os sacerdotes saíram do santuário, Deus desceu na nuvem. A nuvem encheu o templo com tal poder que os sacerdotes não conseguiam entrar, e a glória do Altíssimo brilhou diante do povo reverente (II Crônicas 7:1-3). Assim como a nuvem do amor de Deus transborda no louvor da Igreja Fiel, a mesma nuvem que guiava o povo no deserto durante o dia, a nuvem de labaredas do amor de Deus que arde sem se consumir, como na experiência de Moisés, quando o Anjo disse: "Tira as sandálias dos teus pés, pois o lugar em que estás é terra santa!" (Êxodo 3:5). As sandálias representam os obstáculos na vida que devemos remover, pois Jesus, ao se fazer homem e nos redimir, deseja que a Igreja Fiel alcance, através do louvor, da luz da fé e da Palavra, sob a Obra Redentora, as bodas do Cordeiro, vestida de linho fino, que são os atos de justiça dos santos (Apocalipse 19:7-8).